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Crítica | Parasyte Kiseijuu Vol.1: Invasão

  • Walisson Lancelott
  • 29 de jan. de 2017
  • 2 min de leitura

Avaliação: 8,5 /10

Parasyte kiseijuu (Japão, 1988-1995 ) Roteiro: Hitoshi Iwaaki No Brasil: Editora JBC Volumes: 10

Eles chegaram em silêncio na escuridão descendo do céu e com muita fome por carne humana. Se espalharam por toda parte do globo. São parasitas, criaturas estranhas, que vêm invadir e tomar o controle por um hospedeiro humano para sobreviver.

A primeira vez que ouvi falar de Parasyte (literalmente Kiseijuu, que é também o título original), acho que foi em 2014, a minha reação foi de “WOW!!!! Alienígenas que usam o corpo humano como hospedeiro, parece legal”. Essa premissa foi e é bastante utilizada no gênero de horror, teve sua rápida popularização principalmente devido a “filmes b” antigos e literatura pulp (historias rápidas feitas em papel barato, semelhante ao “papel jornal”), tendo seu auge nos anos de 1970. A fórmula de Parasyte remonta a esta época, inclusive na arte do autor Hitoshi Iwaaki, com design de monstros asquerosamente orgânicos. É inevitável pensar em The Thing (O Enigma de Outro Mundo), The Fly (A Mosca), entre tantos outros. São obras em que os monstros são pegajosos, grotescos e com designs engenhosos que apavoraram uma geração antes mesmo da nossa fantástica [e muitas vezes fria] era digital.

Shinji, o protagonista, é um garoto abaixo das expectativas, fraco e covarde. Que teve a sorte de conseguir que um desses parasitas não tomasse seu cérebro, fazendo com que seu ciclo de evolução se concluísse em seu braço direito. Por isso, diferente dos outros monstrengos, o garoto mantém sua identidade, além de poder conversar com o parasita invasor sobre as questões filosóficas que cercam a história. Apesar do gore e violência, esses elementos não são gratuitos e adicionam na narrativa em vários momentos. Nenhum dos quadros me impactou de maneira negativa ou me deu nó no estômago, pois a arte do mestre Hitoshi Iwaaki não preza ao detalhe do hiper realismo como algumas outras obras. Sendo algumas vezes até bem caricata, apesar de não cair no estilo visual mais light que temos hoje em dia. É uma obra para adultos, com discussões adultas e sem medo de atingir esse público.

No decorrer de Parasyte, Iwaaki tece várias reflexões sobre coexistência e emoção humana. Shinichi dá para sua mão direita o nome de Migi (“mão direita” em japonês), mas este não consegue entender o significado do seu gesto. Ele não tem emoções humanas e seu raciocínio é extremamente lógico e racional. Esta inesperada ligação simbiótica faz com que um não possa viver sem o outro, proporcionando uma mutua cooperação, mas também muitos conflitos. Migi não se importa com nada nem ninguém além de sua própria sobrevivência, enquanto Shinichi deseja salvar as pessoas da ameaça que os parasitas representam.

Kiseiju é uma obra redonda, com um plot excelente, que não se perfaz, nem se perde no meio como muitas outras obras orientais. Com uma conclusão justa e digna. Seus 64 capítulos estão cheios de muitos elementos cativantes, desde as discussões filosóficas, mistérios, ficção científica da boa e até a divertida comédia escolar. Não deixe de ler essa obra fantástica e indique para os amigos que curtem o tema, não podemos deixar algo tão bom se perder.

Se você é fã de uma boa historia de terror, Parasyte deve esta na sua coleção.

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